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terça-feira, 6 de março de 2012

Quem mestra pode ignorar as regras - tô falando sério!

     Esses dias estava lendo uma revista digital/eletrônica de RPG e ví uma adaptação da HQ DBride (da holyduplavenger Awano-Cassaro) para RPG, no sistema 3D&T. Para quem não conhece a história (muito boa por sinal, saiu nas páginas da revista Dragon Slayer, publicação atualmente bimestral sobre RPG), um resuminho pra entender sobre o que eu vou falar adiante: ela conta a história de Koi, um guerreiro bakemono cão (tipo uma pessoa com cara e outras coisas de cachorro) que é atormentado por uma fadinha, Coridora, que só ele podia ver; mas no desenrolar da história uma outra personagem, Astra, consegue ver Coridora, sem grandes explicações (quer dizer, pode até existir alguma explicação - o que faria grande parte dessa postagem perder o sentido - e eu desconhecer por ter perdido um ou dois números da revista).
     Na hora da adaptação feita pela revista digital, a personagem Astra, usuária de magia na HQ, recebeu a vantagem Xamanismo para representar seu potencial mágico desenvolvido; e um trecho da adaptação (não recordo se na ficha de Coridora ou de Astra) dizia que além de Koi, qualquer pessoa com Xamanismo poderia ver Coridora. Isso aponta para a tentativa de quem fez a adaptação de cobrir tudo pelas regras; isso é ótimo no meu ponto de vista, pois eu sou advogado de regras confesso. Mas, se eu não perdi nada importante da HQ, essa explicação não consta na história; personagens podem ter poderes únicos, mesmo que esses não possam ser explicados pelas regras do sistema. Para jogadoras e jogadores isso sempre é um problema, pois aquela idéia muito maneira (ou muito apelativa) acaba por não se concretizar em sua personagem; para quem mestra, no entanto, esse não é um grande obstáculo, pois para quem mestra não existem limitações de pontos, regras ou qualquer outra coisa dentro do RPG. Assim, bastaria uma descrição na ficha de Astra, dizendo "Astra consegue ver e interagir com Coridora, assim como Koi". Mais uma vez eu digo, talvez isso tenha sido explicado na HQ e seja exatamente como na adaptação feita pela revista, mas isso só foi um exemplo para algo que por muitas vezes vi escapar nas mesas de jogo.
     Um exemplo simples com que me deparei uma vez foi ao tentar adaptar o cenário de "Teen Titans" para  3D&T Alpha: a primeira coisa que fiz foram as fichas das personagens. Cyborg, Ravena, Robin e Estelar foram bem fáceis, pois o sistema de 3D&T Alpha se adapta bem a esse tipo de cenário; mas o Mutano é que foi o problema, pois não existe nada nas regras que chegue perto do poder dele. Como eu estava fazendo a adaptação para outra pessoa mestrar, apresentei as seguintes opções: comprar muitas vezes a vantagem "Forma Alternativa", que além de sair caro não representaria bem o poder dele; inventar uma vantagem única para ele, visto que o poder dele é racial (advém da raça dele), mas também acabaria saindo caro e complicado mecanicamente; ou simplesmente escrever na ficha "pode se transformar em outros animais, ganhando suas vantagens naturais (vôo, radar etc.)". Na minha opinião, a melhor opção seria a segunda, pois depois de passada a dificuldade de criar a vantagem, tudo no decorrer do jogo ficaria mais fácil; mas qualquer opção que sirva para quem está mestrando é válida. Até uma que eu não tenha listado aí.

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